Edson Nery da Fonseca - foto: Wikipedia
EDSON NERY DA FONSECA
Na cadeira de balanço, com um gato
no colo, mais bem seria um livro,
um terço, uma fruta, uma caixa.
Está lendo Bandeira, talvez Oscar Wilde,
relendo Gilberto Freyre — ou seria Mallarmé?
enquanto acaricia o felino predileto.
Sonha e rumina seu amor secreto.
Aristocrático, sim, e porque não? —
Não importa se de origens lusitanas
o fidalgo (de antigas capitanias) ou
ou se descendente de imaginários holandeses
(de ingleses, por certo, pernambucanidades.)
Se não por sangue, por afinidades,
herdades cultivadas e consubstanciadas.
Altivo, polêmico, ativo, apaixonado,
na sua Olinda colonial, junto à
Igreja de sua maior devoção — São Bento
mas seu coração é livre, aberto
— livro aberto — numa fé que é
a um tempo carnal e transcendental.
13-08-2003
|